VERBOS DE COMANDO

01-08-2014 14:38

É comum que grande parte da dificuldade ao interpretar textos esteja relacionada com a compreensão do que se pede nos enunciados das questões. Isso quer dizer que, após uma primeira leitura do texto, você já deve ter uma ideia do que ele trata, mas, ao ler as questões, se o enunciado for mal compreendido, muito provavelmente você retornará ao texto para buscar uma resposta que já será errada, podendo até atrapalhar a primeira interpretação feita sobre a obra. Por isso, vamos nos concentrar agora em entender o que os comandos das questões exigem de nossas respostas.

Algumas palavras-chaves sempre aparecem nos enunciados. Elas são importantes, porque resumem em si o que está sendo pedido, por isso devem ser muito bem compreendidas:

 

·         CARACTERIZE os personagens, o espaço, etc: Quando o comando for o da CARACTERIZAÇÃO, você deve buscar no texto elementos (normalmente adjetivos e advérbios) que indiquem COMO são os personagens, quais os detalhes que o lugar apresenta, enfim, dar uma caracterização quer dizer indicar como “a coisa” é em seus mínimos detalhes, tanto físicos como psicológicos. Exemplo: Eu me caracterizo por ser mulher, jovem, estudante, de estatura baixa e cabelos compridos, alegre e otimista.

 

·         COMPARE as cenas, os textos, os personagens, etc: Quando o comando for o da COMPARAÇÃO, você deve, além de DESCREVER AS CARACTERÍSTICAS dos objetos envolvidos, mostrar de que forma as descrições se relacionam entre si, por semelhança e por diferença. Exemplo: Minha casa é pequena, tem 3 cômodos, cor branca, um sofá verde e fica em São Paulo. Sua casa é grande, tem 10 cômodos, cor amarela, sem sofá e fica em São Caetano, ENTÃO, EMBORA SEJAM HABITAÇÕES, ELAS SÃO DIFERENTES TANTO PELA COMPOSIÇÃO (MÓVEIS, TAMANHO, CORES) COMO NA LOCALIZAÇÃO DAS CIDADES. (Isto é comparar!)

 

 

·         RELACIONE uma notícia a uma reportagem: Ambos os gêneros textuais tratam de fatos, coisas que realmente ocorreram ou ocorrem. Além disso, apresentam estruturas parecidas, como manchete, olho e lead.

 

·         TRANSCREVA o fragmento/trecho extraído do texto: Quando o comando é o da TRANSCRIÇÃO, você deve voltar ao texto, localizar a que está se referindo o enunciado, e copiar EXATAMENTE IGUAL nas linhas de resposta. Para tanto, você deve utilizar os sinais de aspas (“) no início, antes de escrever e, ao final, antes do ponto final, para indicar que aquilo foi retirado de um texto e você não é o autor, sendo apenas uma citação.

 

·         IDENTIFIQUE os elementos psicológicos presentes no texto: Quando o comando for o da IDENTIFICAÇÃO, você deve voltar ao texto, localizar o que se pede e APONTAR que RECONHECEU o que foi pedido, nas linhas de resposta. Poderá, então, explicar com suas próprias palavras ou transcrever.

 

·         EXPLIQUE o motivo do crime ocorrido na história/ Por que o crime ocorreu?: Quando o comando for o de EXPLICAR/ APONTAR RAZÕES, CAUSAS. Você deve utilizar SUAS PRÓPRIAS PALAVRAS para mostrar o que compreendeu do texto. Por isso, evite cópias e pense bem na estrutura do que você vai escrever antes de começar, sem frases desconexas (sem sentido).

 

·         A obra é um texto psicológico? JUSTIFIQUE sua resposta: Quando o comando for o de JUSTIFICAR, você deve voltar ao texto e buscar ARGUMENTOS que provem sua explicação inicial, ou seja, neste enunciado, você não pode deixar como resposta sua própria opinião, mas deve SE BASEAR nos elementosdo texto que comprovem o porquê de sua explicação estar correta. Exemplo: Sim, é um conto psicológico, porque o narrador é também personagem e fica evidente o fluxo de consciência a que temos acesso, revelando mais do que somente as ações praticadas por ele, mas também o que ele pensa, como em “Saiu de casa refletindo se o que fez era certo”.

 

 

·         LEVANTE HIPÓTESES: Quando o enunciado pedir para que se levantem hipóteses sobre algum fato do texto, você deve, antes de mais nada, estabelecer o limite de suas possibilidades. Isso quer dizer que esta não é uma resposta livre ou pessoal, por aparentar não ter um padrão específico, já que nem tudo o que a gente quer, pode, de fato, ser uma possibilidade para o texto. Por isso, é importante observar com quais possibilidades de resposta o texto manteria sua coerência, ou seja, ficaria dentro do limite lógico de acontecer. Para exemplificar, imagine o fato de um peixe morto no aquário. Como levantaríamos hipóteses sobre o que aconteceu? Obviamente, uma resposta como “Faltou ar para o peixe/ O peixe parou de respirar.” Seria incoerente até do ponto de vista biológico, então não estabeleceria um raciocínio lógico com o texto. Poderíamos pensar ainda com outros elementos dados, por exemplo, dependendo de quais forem os personagens da obra, estes podem ser os suspeitos para tal crime, ou ainda uma possível comida envenenada que, ciente ou não, algum deles pode ter oferecido ao peixe. Ficaria dentro do limite das nossas possibilidades, também, o fato de o peixe ter morrido de morte natural, o que ainda não conseguimos explicar. Sendo assim, quando você for levantar hipóteses, atente-se às pistas oferecidas pelo próprio contexto de sua leitura, optando pelo que melhor se relaciona logicamente com o sugerido.

 

·         Quando o comando foi INFERIR, você deve examinar as informações concretas do texto, para CONCLUIR, DEDUZIR sentidos implícitos que possam estar sutilmente indicados.

 

 

 

Manuelito imagina, A PARTIR DA FALA DE MAFALDA, que os parentes dela estariam doentes. ELE INFERE. E é surpreendido com os pensamentos da amiga...